Comunidades carentes em foco
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Data: 10/2009
Título: Comunidades carentes em foco
Veículo: Revista Dirigida
Autor: Débora Thomé
AÇÕES SE APROXIMAM DAS COMUNIDADES CARENTES
Reconhecida por suas ações junto a comunidades carentes, é de se estranhar que a iniciativa em EAD do Viva Rio funcione em sua própria sede, no bairro da Glória, zona Sul do Rio. Mas boas intenções também esbarram no muro da burocracia: para estar dentro das exigências estabelecidas pelo MEC (Ministério da Educação), na portaria nº 40, datada de dezembro de 2007, os responsáveis pelo projeto precisaram botar o pé no freio.
A Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) e o Viva Rio firmaram parceria em 2008 para oferecer ensino superior em comunidades de baixa renda. O objetivo das organizações era aliar qualidade em educação e qualificação profissional para aqueles que têm dificuldade de acesso à graduação e pouco tempo para frequentar as salas de aula.
A ideia inicial era aproveitar o espaço físico já usado por outros projetos do Viva Rio dentro das comunidades carentes. “Com esta iniciativa, o Viva Rio, em consonância com o desenvolvimento das tecnologias da comunicação e da educação, disponibilizará aos moradores das comunidades Centros Integrados de Educação a Distância com capacidade para atender às demandas por educação e formação para o mercado de trabalho, do ensino fundamental à universidade”, disse Francisco Potiguara, coordenador da área de ações comunitárias do Viva Rio, na época da assinatura do convênio. “Por enquanto, nosso centro localizado dentro do Complexo da Maré continua operando para os ensinos fundamental e técnico. Os estudantes da EAD assistem às aulas,semanalmente, nas telessalas do polo da Ulbra/Vivo Rio, na Glória. Esperamos um aceno positivo do MEC para que as oportunidades de graduação e pós-graduação também possam ser levadas aos moradores dessa e de outras comunidades, muito em breve”, disse Leni Corrêa, coordenadora de projetos pedagógicos do Viva Rio. Sócio do salão Stillo, em Botafogo, Márcio Pitanguy de Paiva Belo é aluno do curso de Gestão em Beleza.
Ele acredita que, mesmo assim,tendo que se deslocar até a Zona Sul, o custo-benefício fala mais alto: “O polo não é tão distante do meu trabalho, por isso, os custos com transporte para assistir às videoaulas eu tivesse optado por um curso tradicional, com aulas de segunda a sexta. Sem falar que no fim do curso temos em casa uma bela videoteca e livros bem atualizados” . Graduado em Educação Física, Márcio afirmou ser esta a sua primeira experiência na modalidade. “Gerenciar um salão de beleza consome
muito tempo. A EAD foi a melhor solução para minha busca por atualização profissional”,
disse o aluno, que já conhecia a metodologia por causa do irmão, que é mestre em Educação a Distância. “De tudo o que vi, este foi o modelo que mais me agradou, por causa do sistema semipresencial. Sentiria faltada presença física em sala.”
A Ulbra já tomou as primeiras providências para atender às novas determinações do MEC que qualificam a modalidade de ensino do EAD, após compromisso assumido em termo de saneamento assinado pelo reitor Marcos Ziemer e osecretário de Educação a Distância do Ministério, Carlos Eduardo Bielschowsky, no início de julho. Com isso, a Ulbra aumentará o número de professores no atendimento a seus alunos de EAD e terá também um coordenador em cada um de seus 279 polos em todo o país, entre outras medidas.
Estão previstas, ainda, melhorias na plataforma utilizada por alunos e professores, com aumento de interatividade e de banco de dados O diretor de Ensino a Distância, Joelci de Almeida, acredita que estas mudanças trarão inúmeros benefícios para os estudante. “Nossos cursos ficarão ainda melhor, queremos qualificar e oferecer uma estrutura mais adequada. Estamos criando um Conselho Editorial para reavaliar todas as videoaulas e os livros que integram nosso material didático utilizado nas aulas. Isto acontecerá de forma gradual e constante, garantindo a devida atualização de tudo o que fazemos”.
Outro benefício que o diretor apontou com a assinatura é o aumento do número de horas dos professores à disposição dos alunos. “Agora todos os nossos alunos poderão ter mais contato com os professores via plataforma da web. Em um mês o aluno terá pelo menos mais 12 oportunidades de trocar informações diretamente como seu professor. A vantagem é que todas estas melhorias não vão implicar em qualquer tipo de custo extra ou aumento de mensalidade para nossos alunos.”
A metodologia dos cursos da Ulbra consiste em vídeo aulas com professores especializados e encontros presenciais com tutores para reforço de aprendizagem em salas de estudo e integração, além das avaliações. As mensalidades, acessíveis, já incluem os materiais didáticos – livros, apostilas e textos – e os DVDs com as aulas. No polo do Viva Rio, os valores variam de R$230 a R$262.Nessa parceria, a instituição, que
tem sua sede em Canoas (RS), oferece13 cursos de graduação, entre licenciatura, bacharelado e tecnólogo, além do curso de extensão em Libras (Linguagem Brasileira de Sinais) e quatro pós-graduações a distância. “Aqui no polo do Viva Rio, os cursos mais procurados são Administração, Pedagogia e Serviço Social, até pelo perfil dos alunos que nós atraímos”, disse Leni Corrêa.Prestes a completar 37 anos de existência, a Ulbra atua no ensino a distância desde 2003, quando iniciou a oferta de disciplinas da graduação presencial no formato.
Só em 2004 recebeu o credenciamento do MEC para oferecer cursos superiores em EAD. Atualmente, conta com 15 campi universitários em seis estados brasileiros e está presente, pela EAD, em todos os estados do país, com uma oferta de 12 cursos de graduação e pós-graduação na modalidade, totalizando 80 mil alunos nos 279 polos autorizados pelo MEC. Seu curso de Ciências Sociais em EAD recebeu nota máxima no Enade 2008, figurando no ranking divulgado pelo MEC com nota cinco. Segundo o consultor comercial da Ulbra no Rio de Janeiro, Alcides Veiga, a nota é resultado da qualidade do curso oferecido. “Temos um foco inovador e diferenciado em relação aos cursos do gênero. O material didático, o corpo docente, e o discente são qualificados - alunos de bom nível, responsáveis e esforçados, se prepararam para o Enade, o que explica, em parte, essa boa nota”.








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