O céu é o limite
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Data: 09/2009
Título: O céu é o limite
Veículo: Revista Dirigida
Autor: Débora Thomé
Imagine um professor que não dependa de uma instituição para lecionar. Imagine, agora, que esse mesmo professor escolha o que ensinar, como ensinar, defina seu público-alvo, o valor das inscrições e ainda fique com o lucro gerado pelas mesmas.
Vá um pouco adiante e acrescente ao retorno financeiro e à liberdade para criar cursos, os benefícios da educação a distância: flexibilidade quanto ao tempo e local de trabalho. Utopia? Não: essas são as principais características que identificam uma nova geração de mestres, os docentes online independentes.
Uma condição comum, hoje, nos tutores de cursos de EAD, é a baixíssima participação e controle sobre o programa que já foi pré-definido pela instituição. O docente online independente, por outro lado, é um empreendedor, um profissional autônomo que pode viver de seu próprio trabalho e não precisa ser contratado por uma instituição educacional e se submeter a regras, currículos ou procedimentos. “Essa independência é possível graças à disseminação de novas tecnologias de comunicação. Construir uma sala de aula de tijolos quase sempre é um investimento alto demais para uma pessoa só ou para um pequeno grupo.
Mas, organizar um ambiente para ensino online é algo plenamente viável e tem potencial para alcançar estudantes não apenas em uma localidade, mas em todo o país e até no exterior”, diz Regis Tractenberg, que apresentou o novo conceito em 2006, durante o Congresso Internacional da Associação Brasileira de Educação à Distância e do 22nd ICDE World Conference (International Council for Distance Education), no Rio de Janeiro. “Os professores presenciais independentes já existem há muito tempo: dão aulas de reforço para disciplinas escolares, ensinam música, idiomas, ou mesmo educação física (personal trainers). Atendem em locais variados como suas casas, nas casas dos alunos ou em espaços como academias ou espaços apropriados para esportes. Ocorre que a atuação desses profissionais pode ser ampliada com o uso de novas tecnologias”, avalia o especialista.
Apesar de ser o sonho de consumo de muitos profissionais da educação, tornar-se um docente online independente não é para tantos. Um dos motivos, talvez, sejam as limitações tecnológicas. Na opinião do especialista, para ser um professor online independente é necessário desenvolver habilidades distintas da docência presencial, e mesmo da tutoria online. Os estudos feitos por Tractenberg defendem um grupo de seis competências básicas, de onde se destaca a facilidade no uso de tecnologias. “Um docente online independente deve utilizar diferentes tecnologias, como e-mail, Iphone, webcams, fóruns ou mesmo ambientes virtuais de aprendizagem como o Moodle.
Acredito que precise dominar mais tais competências que professores presenciais ou professores online não-independentes. Do contrário, sua atividade docente não poderá ser bem-sucedida para se manter ao longo do tempo”, afirma Tractenberg. Ainda segundo ele, que no momento coleta dados para uma pesquisa mais aprofundada sobre o perfil dos docentes online independentes no Brasil através, é claro, da internet, aparentemente
ainda há poucos desses profissionais no mundo. Mas, com a redução de custos, difusão social e maior facilidade no uso de tecnologias da comunicação e da informação, as barreiras tecnológicas tendem a diminuir e, com isso, a docência online independente poderá representar uma parcela significativa na oferta de EAD num futuro próximo.








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