06 maio 2010

UFMG adota exame nacional

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Data: 6 de Maio de 2010
Título: UFMG adota exame nacional
Veículo: Estado de Minas - Belo Horizonte
Autor:

Por 32 votos favoráveis e 18 contrários, conselho universitário aprova
uso do sistema de avaliação do Ministério da Educação em substituição
à primeira etapa do vestibular
Glória Tupinambás
A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) decretou o fim da
primeira etapa do vestibular, que será substituída pelo Exame Nacional
do Ensino Médio (Enem). A mudança entra em vigor ainda este ano e os
candidatos a uma vaga da instituição farão, além do teste aplicado
pelo Ministério da Educação (MEC), provas com questões abertas na
segunda etapa. A decisão foi tomada na tarde de ontem, em reunião do
Conselho Universitário, com 32 votos favoráveis e 18 contrários. A
UFMG era a única federal de Minas que ainda não tinha dado um voto de
confiança ao Enem, transformado, no ano passado, na grande aposta do
governo federal para substituir os tradicionais vestibulares em todo o
Brasil.
O calendário do vestibular 2011 da UFMG já estava definido, com provas
da primeira etapa marcadas para 28 de novembro deste ano e a segunda
fase, de 3 a 7 de janeiro do ano que vem. Com a decisão, os candidatos
a vagas de todos os cursos da UFMG, incluindo os presenciais e na
modalidade a distância, terão de fazer o Enem nos dias 6 e 7 de
novembro. De acordo com o reitor Clélio Campolina, a segunda fase
ainda será reavaliada e eventuais mudanças serão divulgadas nos
próximos 30 dias. “Teremos que aguardar o resultado do exame
nacional, previsto para o início de janeiro, para imediatamente
fazermos um cruzamento de dados e programarmos a segunda etapa”,
explicou o reitor.

Outros detalhes, como datas de inscrição e possíveis alterações no
programa de bônus da UFMG, também serão analisados a partir da semana
que vem pela Comissão Permanente do Vestibular (Copeve). Para
justificar a mudança no vestibular, o reitor listou uma série de
avanços que, segundo ele, serão propiciados pelo Enem. “É um sistema
nacional, progressista, um exame que dá oportunidade a todos os
estudantes secundaristas do Brasil. Esperamos que essa seja uma etapa
para que possamos eliminar, em algum momento, o vestibular. Todos os
países desenvolvidos têm um sistema nacional de avaliação e não esse
modelo do vestibular convencional que ainda possuímos”, disse
Campolina.

ESTUDANTES - A adesão ao Enem teve apoio de um grupo de estudantes,
que se reuniu na manhã de ontem com a reitoria da UFMG. No encontro, a
União Colegial de Minas Gerais e o Diretório Central dos Estudantes
(DCE) da universidade entregaram uma carta ao reitor Clélio Campolina
pedindo o fim do vestibular, sob o argumento de que o Enem seria uma
forma de seleção mais democrática e que ajudaria as universidades
públicas a serem mais inclusivas. O documento foi lido por Campolina à
tarde, durante a reunião do Conselho Universitário.

A antiga reitoria da UFMG, que deixou o cargo em março deste ano,
defendia a não adesão ao teste do governo federal, diante da série de
riscos e incertezas que rondaram o Enem no ano passado. Às vésperas da
aplicação do teste, em outubro de 2009, algumas questões vazaram e
essa fraude obrigou o MEC a adiar a prova. A mudança no calendário
trouxe uma série de transtornos para as universidades que tinham
aberto mão de seus vestibulares apostando na credibilidade do Enem. A
mudança de postura da UFMG, de acordo com o reitor, se explica pelos
méritos do exame nacional. “Acredito que a adoção do Enem terá um
efeito fundamental de pressão para melhoria do ensino público
fundamental e médio, o que é extremamente importante”, ressaltou
Campolina.

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