06 novembro 2009

Extensão universitária: para quê?

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Data: 06/11/2009
Título: Extensão universitária: para quê?
Veículo: Gazeta de Cuiabá- MT
Autor:

Recentemente o Conselho Estadual de Educação de Mato Grosso (CEE/MT) aprovou um Parecer Orientativo cujo tema curiosamente trata sobre extensão Universitária. Diante da relevância do tema e da surpreendente ausência de conhecimento de grande parte do público das próprias universidades - públicas e privadas - sobre o que é a Extensão e qual a sua importância na formação universitária, é que vale a pena conversarmos um pouco sobre o assunto.

A Extensão se consolida nas universidades como atividade acadêmica com o advento da Constituição de 1988 e a realização do I Encontro Nacional de Pró-Reitores de Extensão no final dos anos de 1980, que assume uma postura de envolvimento efetivo com a sociedade, visando a intervenção na realidade, com possibilidades de ações mais efetivas entre universidade e população.

A Extensão passa então a ter um caráter de política pública, com filosofia, estratégia, metodologia, pesquisa, visando suprir o processo de ensino e aprendizagem como um todo e intervindo na realidade concreta. Essa intervenção na realidade não tem o propósito de substituir as funções de responsabilidades do Estado, mas sim de contribuir por meio da produção de saberes científicos, tecnológicos, artísticos e filosóficos, com o desenvolvimento da sociedade. Com o passar dos anos formula-se o Plano Nacional de Extensão em cujas diretrizes chama a atenção para os princípios da Indissociabilidade, Interdisciplinaridade, Impacto Social e Relação Dialógica com a Sociedade.

A partir de então as propostas extensionistas passam a contemplar em seus objetivos uma série de pontos como a extensão universitária como processo acadêmico; a atenção aos problemas sociais; o estímulo a atividades transdisciplinares e interprofissionais; a utilização da tecnologia para ampliar a oferta de oportunidades; consideração das atividades voltadas para o desenvolvimento, produção e preservação cultural e artística; inserção da educação ambiental e desenvolvimento sustentável como componentes de atividades extensionistas; fomento dos programas de extensão interinstitucionais e a permanente avaliação das atividades de extensão. As atividades de Extensão estão organizadas em três nomenclaturas: Programas, Projeto e Cursos. Os cursos por sua vez estão organizados em três categorias - Presencial, a Distância e Atualização. Existem ainda as atividades com menos de 08 horas que são consideradas Eventos como os congressos, seminários, exposições, espetáculos, entre outros.
O Parecer Orientativo Nº 01/CEE/MT apresenta ainda mais uma série de informações pertinentes as Instituições que trabalham ou pretendem trabalhar com ações de Extensão, facilitando com isso o seu entendimento e a sua aplicação com mais propriedade e a obtenção de resultados mais positivos para a comunidade. Outro aspecto importante que merece comentário são as metas estabelecidas no documento, como recomendação as Instituições de Educação Superior que pretendem atuar de forma incisiva na extensão, como por exemplo, a implantação de bancos de dados inter-relacional, a definição de linhas de prioridades, a participação no Plano Nacional de Educação, o desenvolvimento de parcerias com órgãos públicos e privados, entre outros. Diante do exposto, o que se espera das Instituições de Educação Superior (IES), é a institucionalização da participação da extensão no processo de integralização curricular, ou seja, que a atividade de extensão tenha espaço garantido nas matrizes curriculares e na formação dos estudantes universitários, oportunizando com isso uma qualificação mais próxima da realidade e mais humanística.

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