Pesquisadores apresentam resultados da EaD no Brasil
Data: 20/10/2009
Título: Pesquisadores apresentam resultados da EaD no Brasil
Veículo: UNIVESP
Autor: Pedro Ulsen
Realizado em São Paulo nos dias 20 e 21 de outubro, o Seminário "Ensino a Distância e Banco de Dados sobre o Ensino Superior" contou com a participação de dois pesquisadores de ponta do Brasil: João Vianney (IESB) e Fredric Litto (ABED). Focada em "cenário" e "rumos" da EaD, as palestras dos professores levaram aos demais presentes as mais recentes pesquisas que têm desenvolvido, cada qual em sua área de atuação.
Vianney, grande defensor das tecnologias aliadas à educação, acredita que a problemática do ensino superior brasileiro é específica pela própria demora na criação das universidades no Brasil. A situação, afirmou, é bastante diferente da Europa e nestes casos não há uma necessidade tão ampla de inclusão. "Mas a questão central é: a EaD vai bem ou mal no Brasil?", questionou Vianney. O primeiro curso de graduação nacional com a utilização da EaD ocorreu em 1994, na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMG). "Em 2000 tínhamos apenas 10 cursos e 1600 alunos. Sete anos depois, o último dado que temos representa que já tínhamos 400 cursos de graduação e 369 mil alunos", afirmou. "É um número que já representava naquele ano 7% da matricula total, o que forçou o crescimento do ensino superior no Brasil e representou o desenvolvimento brasileiro no uso de tecnologias na educação", completou.
Litto, presidente da Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED), trouxe reflexão semelhante. "Temos hoje cem mil títulos de revistas cientificas no mundo, um monte de canais de TV. Ninguém consegue acompanhar tanta informação e ao mesmo tempo isto é necessário. A EaD vai ser a maneira mais flexível de estudar, pois a educação pode ser mais customizada, e conta com atividades centradas no aluno e não mais no professor", afirmou.
É nesse sentido que recursos tecnológicos contribuem para a complementação das atividades didáticas, como entre eles, satélites, vídeo aulas, impressos, internet, videoconferências, telefonia convencional e celular.
Os estudos do professor do Instituto de Educação Superior de Brasília também trouxeram um breve perfil do aluno de educação a distância no Brasil. Segundo Vianney, 52% são casados (contra 19% na educação presencial) e a maior parte tem renda baixa. "O aluno da EaD muitas vezes é o primeiro da família que está na universidade, e traz um perfil muito diferente do alunos do ensino presencial", completa.
Histórico
Ainda assim, lembra bem Litto, há alguns preconceitos relacionados com as novas tecnologias aliadas à educação. "Mas eu gostaria de lembrá-los que a EaD não é algo novo. Começou com a Universidade de Londres em 1858! São 150 anos de EaD, em um período que contou com alguns integrantes ilustres como Gandhi, Mandela e Elliot", acrescentou. "No Brasil, este sistema já atende 14% da população com necessidades especiais, outra demonstração de que facilita o acesso público."
E foi partindo para dados estatísticos que o professor João Vianney trouxe o resultado do Enade 2005-2006, que apontou que em 9 das 13 áreas analisados os alunos de EaD tiveram desempenho superior se comparados aos alunos de presenciais. O mesmo se confirma com estatísticas do INEP. "Portanto a tese de que a EaD derrubaria a qualidade do ensino superior brasileiro está refutada, assim como não aconteceu na Espanha, Inglaterra e Argentina", afirmou. "Estamos identificando agora um novo perfil de aluno com uma usabilidade impressionante, em um cenário que revoluciona a prática da educação a distancia e também a presencial", completou, antes de acrescentar que a utilização de tais recursos agregam flexibilidade de horário, desenvolvem a autonomia, fazem uso avançado da internet, têm atividades de co-aprendizagem em rede e estimulam competências de ambiência digital.
Com relação às mudanças mais notáveis, Litto adianta que há uma alteração do estilo radiodifusão para o perfil individual, com reforço de compartilhamento, aprendizagem não-formal e atores não-tradicionais, um sistema mais democrático de acesso ao ensino superior. "Hoje, por exemplo, já são 70 universidades abertas na Ásia em países como Índia, China, Paquistão e Indonésia", finaliza.








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