Educação a distância

Data:01/12/2006
Título:Educação a distância
Veículo:Estado Minas - Belo Horizonte MG
Autor:Adélia Martins de Aguilar

Modalidade não rivaliza com o ensino presencial
Adélia Martins de Aguilar. Consultora, administradora de empresas, mestranda em administração pública
Com a globalizado, a era da informação e do conhecimento denota as profundas mudanças que vêm ocorrendo na sociedade, que está diante de um sem-número de transformações, inclusive do processo de ensino/aprendizagem.

É nessa dimensão que a educação a distância (EAD) se desenvolve no Brasil, sendo apontada como uma das alternativas ao modelo de ensino presencial. Prova disso é que o Ministério da Educação (MEC) tem fomentado as práticas de EAD. O marco desse avanço ocorreu em 1994, com a criação da Secretaria de Educação a Distância e, em 2005, com a criação da Universidade Aberta do Brasil (UAB), fruto de parceria entre os governos federal, estadual e municipal, universidades públicas e organizações interessadas na educação superior a distância gratuita e de qualidade no Brasil. A iniciativa privada avança criando metodologias e sistemas tecnológicos informacionais que apóiam o processo de ensino/aprendizagem. Segundo a Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed), em 2005, cerca de 1,27 milhões de brasileiros adotaram a EAD para estudar em cursos credenciados pelo MEC na iniciativa privada e na pública, registrando um crescimento de 30% em relação a 2004 no número de cursos credenciados.
O ensino a distância já existe há tempos e os cursos por correspondência são uma amostra disso. As pessoas já tinham a opção de estudar distante de seus professores, por meio de livros e apostilas que, muitas vezes, chegavam via postal. E com o advento das fitas de áudio, vídeo e multimídia nas últimas décadas, o aluno passou a contar com mais ferramentas ainda. O ambiente corporativo é hoje o maior usuário da EAD. As grandes empresas e mesmo as organizações públicas perceberam que é fácil e menos oneroso capacitar seus funcionários, independentemente de local e horário. O ensino a distância não rivaliza com o presencial. As duas modalidades podem se complementar. Várias escolas já trabalham com esse padrão de ensino. Assim, professores que sempre atuaram no sistema presencial começam atuar também no ensino virtual. Por isso, a emergente necessidade de cuidar dos aspectos pedagógicos ligados à proposta de um curso, assim como zelar pela preparação dos professores e de todos os envolvidos no processo de ensino, para garantir uma e aprendizagem significativa. O ensino a distância ainda encontra fatores dificultadores na sua implantação. No Brasil, a regulamentação de todo este processo é muito incipiente, diferente do que ocorre na Europa e nos Estados Unidos. Essa "desconfiança" é fruto do desconhecimento de como os processos acontecem nessa modalidade. Outro ponto é a confusão quando se fala tecnologias informacionais de ensino e o próprio processo de ensino a distância. Não se pode confundir o sistema de materiais, mídias e tecnologias utilizadas em um curso com a modalidade. A essência da educação a distância não está só nos métodos e nas técnicas utilizadas, mas sim na oportunidade para estudar, que pode fazer da EAD uma alternativa para aqueles que não têm, ao alcance presencial, a escola e o curso desejado.