22 outubro 2009

Educação a Distância pode ampliar vagas no ensino superior

Data: 22/10/2009
Título: Educação a Distância pode ampliar vagas no ensino superior
Veículo: UNIVESP
Autor: Pedro Ulsen

A Educação a Distância no Brasil avançou muito, está crescendo e experimentando novas metodologias, principalmente na graduação. Esse foi o tom da palestra “Avaliação do Ensino Superior em EaD no Brasil”, do professor José Manuel Moran, da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP). De acordo com ele, a educação com novas tecnologias pode ser extremamente importante ao Brasil. A apresentação faz parte do Seminário “Ensino a Distância e Banco de Dados sobre o Ensino Superior”, realizado nos dias 20 e 21 de outubro.

A mesa redonda “Propostas para Avaliação de EaD na Educação Superior: Modelos e Indicadores de Qualidade” foi debatida na manhã desta quarta-feira e contou a participação dos professores Domingos Caeiro (Universidade Aberta/Portugal), José Manuel Moran (ECA/USP), Waldomiro Loyolla (Secretaria de Ensino Superior do Estado de São Paulo) e Maria Rita Aprile (Centro de Estudos de Cultura Contemporânea – CEDEC).

Pesquisador de tecnologias ligadas à educação, o português Domingos Caeiro comentou que o início do Ensino a Distância em seu país ocorreu em 1988 – ano da implantação da Universidade Aberta. “Nossa prioridade é oferecer informação de qualidade, e já somamos oito mil licenciados, além de mestres e doutores”, adiantou. “E atualmente queremos consolidar a oferta pedagógica que desenvolvemos nos países de língua portuguesa”, continuou Caeiro, antes de ressaltar que a principal interface tecnológica utilizada na EaD é a internet, cada vez mais.

Se a experiência portuguesa demonstra esforço recente na consolidação das tecnologias ligadas à educação, o caso do Brasil não é oposto. Essa foi a observação feita de imediato por José Manuel Moran. “Participo de avaliações de instituições que utilizam EaD desde 1999, e vejo que estamos em uma fase de consolidação. Modelos fortes se firmaram nos últimos anos, mas sou a favor de uma gestão mais consistente e global”, afirmou o professor.

A perspectiva, moderna e atual, aponta para um aspecto consensual entre os especialistas da área. “É a transição para modelos em consolidação, até para que cresçam os números de alunos no ensino superior”, afirmou Moran. A demanda por vagas, por sua vez, foi comentada na palestra “A UNIVESP – Critério de Avaliação”, do professor Waldomiro Loyolla.

O Programa UNIVESP (Universidade Virtual do Estado de São Paulo), desenvolvido pela Secretaria de Ensino Superior do Governo de São Paulo, responde justamente à demanda cada vez mais corrente de “expandirmos o acesso dos estudantes”, afirmou Loyolla. “A UNIVESP vem também para melhorar o acesso dos alunos e integrar instituições de ensino. Queremos contribuir com o país a partir do desenvolvimento do ensino que utilize tecnologias”, afirmou. A atuação do Programa, diga-se de passagem, já traz resultados práticos, e vem acompanhada do recente lançamento de dois cursos: pedagogia e idiomas.

Contexto revelador

Perspectivas atuais e futuras à parte, o encerramento da mesa trouxe informações complementares às discussões realizadas anteriormente com a palestra da professora Maria Rita Aprile. Focada no histórico da EaD no Brasil, suas palavras comprovaram que o processo de aprendizagem está além de metodologias fechadas de ensino, mas também associado à absorção de conteúdos oferecidos em diferentes canais de comunicação. “Os primórdios da Educação a Distância no Brasil são de um trabalho educativo via rádio liderado por Roquete Pinto, em 1922. Depois disso, tivemos experiências significativas do Instituto Rádio Monitor, de 1939, e do Instituto Universal Brasileiro, de 1941”, afirmou a professora.

Uma das respostas mais exemplares observadas por Aprile, no entanto, ocorreu em 1996. Foi quando havia uma parceria entre o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e a Fundação Roberto Marinho para a transmissão do telecurso profissionalizante. “O sucesso foi absoluto e chegamos a contar com 3710 telessalas instaladas em indústrias, prefeituras, comunidades e até navios, para os marinheiros”, observou. “Lembro que participei do roteiro de alguns telecursos e os trabalhadores diziam que os vídeos mostravam o que eles precisavam aprender, e não apenas fórmulas e contas”. Foi em 1996, finalizou a pesquisadora, que a EaD foi formalizada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) no Brasil.

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