A tecnologia a serviço do capital humano
-A | +A
Data: 07/2009
Título: A tecnologia a serviço do capital humano
Veículo: Revista Dirigida
Autor: Débora Thomé
A Estácio Ensino Superior é considerada o maior grupo de ensino superior da América Latina, com 211 mil alunos matriculados. Mas só agora a instituição mostra sua potencialidade para ministrar graduações a distância. Logo no primeiro vestibular que inclui a nova modalidade, a instituição oferece vagas em cinco cursos de graduação tradicional e tecnológica, distribuídos por 54 polos em 15 estados.
“Os cursos são voltados para pessoas que não têm como comparecer diariamente às aulas presenciais, mas querem fazer um curso superior de alta qualidade. A facilidade de acesso permite que um aluno, até no interior do Amapá, assista às aulas de um corpo docente altamente qualificado e possa interagir com outros alunos do país”, disse o diretor de Ensino a Distância da Estácio, Pedro Graça. Apesar de nunca ter pisado num tablado de sala de aula, o maestro de toda essa orquestra tem uma bela experiência em educação a distância no currículo. Pedro Graça atua na área há 16 anos. Analista de sistema, enveredou por esse caminho por conta de uma sociedade com o irmão em Santa Catarina, onde a família mora até hoje.
Naquela época, trabalhavam com EAD na preparação para vestibular. “Percebemos que a tecnologia, para o aluno, era o que menos importava. Fizemos diversas pesquisas com eles e o resultado era sempre o mesmo: o que interessava era, sim, o conteúdo e o professor. Como o índice de aprovação era, muitas vezes, superior ao do presencial, vimos que esse era mesmo o caminho: usar tecnologia, mas investir, principalmente, em capital humano”, falou o especialista. Essa experiência de Graça era exatamente o que a Estácio queria. Da sua fundação, em 1970, o grupo, que obteve um crescimento não só físico, com um total de 78 unidades em 16 estados do país e na América Latina, como também de qualidade, transporta todo seu expertise para a EAD. Prova disso é a avaliação do Inep,órgão do Ministério da Educação (MEC) responsável pela realização de estudos, pesquisas e avaliações sobre o sistema educacional brasileiro, que classificou a infraestrutura de metade das unidades-polo da instituição com nota 5 (nota máxima) e as demais com nota 4.
A Estácio já trabalha com os 20% da carga horária de seus cursos a distância, prática incentivada pelo MEC. Desde quando? Como foi esse período de ‘transição’ na instituição?
Temos trabalhado com EAD desde 2006. Começamos, dentro do ensino presencial, respeitando os 20% da grade, a fazer um trabalho para entender o funcionamento do ensino a distância, de como é aplicado ao nosso público. Desde então estivemos evoluindo até chegar o momento de estarmos maduros, tanto na parte pedagógica quanto na parte operacional, para lançar nossos primeiros cursos inteiramente a distância. O que ocorreu somente neste momento.
Há cerca de dois anos, houve um boom na oferta de cursos na modalidade e a Estácio, que é reconhecidamente uma instituição de frente, empreendedora, ficou de fora. Vocês estão chegando a essa nova realidade com certo atraso ou isso foi mesmo uma decisão estratégica e proposital?
Queríamos simplesmente nos posicionar, entender como funciona o ensino a distância e se as ferramentas se adaptavam aos alunos. Não adiantaria lançar um curso em função de que o mercado estava crescendo sem estar com a estrutura adequada para isso. Era preciso primeiro entender essa estrutura, montar os alicerces para então criar esses cursos e adotar uma metodologia correta para trabalhar neles. Tivemos paciência e sabedoria de esperar o momento certo, aguardar o mercado se adequar, entender como funciona e, no nosso lado, uma análise de como seria a entrega desse conteúdo para, depois sim, lançar os cursos.
No que se refere ao uso de tecnologias, pode-se prever um cenário de desenvolvimento para os cursos de EAD?
Nossos alunos já contam com algumas ferramentas do m-Learning — acessam o mobile, onde podem acompanhar os fóruns, central de mensagens, chats. Teremos novidades por aí. Estamos trabalhando para que ele possa assistir aula também pelo celular. Tem aí a grande novidade do momento, que é a realidade expandida, que passaremos a usar mais no próximo semestre. Na verdade, nem é bem uma coisa nova, mas que vem sendo cada vez mais usada. Na área de educação, enriquece muito a aula. Há vários caminhos e várias correntes abertas. Mas nós entendemos, aqui na Estácio, que a tecnologia não seja o diferencial. O ser humano é o diferencial: bons professores e bom conteúdo criado pelo conteudista resultam numa boa estrutura de curso. Quanto à tecnologia, sempre vai surgir algo novo e todos vão usar. Nós temos, apenas, que estar à frente e preparados para as novas ferramentas e metodologias. O que prende a atenção do aluno em EAD, eu
acho, é a habilidade do professor em usara tecnologia disponível na modalidade, e não a tecnologia em si. Do mesmo jeito que a tecnologia pode ajudar, se mal usada pode prejudicar, e aí você vira um multiplicador de coisas ruins.
Qual o principal diferencial dos cursos em EAD da Estácio?
Nós temos alguns diferenciais. Acho que o principal é realmente o capital humano. Treinamos muitos professores dentro da metodologia. Podemos dizer, então, que o principal diferencial é que nós estamos lançando um curso que traz uma bagagem de 40 anos no presencial, com um capital humano da Estácio, treinado na Estácio para essa metodologia. O resto, como tecnologia, formato, é próximo, com a diferença de já termos trabalhado com alunos nessa modalidade.








Postar um comentário
Publique seu comentário!