Rio tem mais de 700 mil analfabetos
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Data: 23 de Abril de 2010
Título: Rio tem mais de 700 mil analfabetos
Veículo: Pelo corredor da escola
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Concentrados nas regiões Norte e Noroeste do estado, o Rio de Janeiro ainda tem 715.012 analfabetos. Para enfrentar esse problema a Secretaria Estadual de Educação (SEE) oferece Educação de Jovens e Adultos (EJA) em 622 escolas. Desse total, 325 oferecem ensino na modalidade de EJA, uma atribuição da esfera estadual. Mesmo assim, 238 escolas têm vagas para o primeiro segmento do ensino fundamental e 504 para o segundo segmento. Superintendente pedagógica da SEE, Maria Lúcia Castello Branco informa que a rede estadual atende 17.525 alunos no primeiro segmento do ensino fundamental, 88.801 no segundo segmento e 87.509 no ensino médio. "A Secretaria oferece cursos para EJA presenciais e semipresenciais, atendendo todo o estado", explica Maria Lúcia Castello Branco, salientando a presença dos cursos semipresenciais em diversas comunidades, como Vila Paciência, Babilônia/Chapéu Mangueira, Jacarezinho, Rocinha e Cidade de Deus. Além disso, há 41.285 alunos matriculados na alfabetização e atendidos pelo Programa Brasil Alfabetizado.Outra iniciativa nesse sentido é o Projeto Autonomia, voltado para atender distorção de idade e série. "A oferta de EJA no estado procura sempre atender conforme a demanda local. Hoje, a maior procura concentra-se em autorizar mais escolas para o ensino médio. O maior desafio para a EJA é a implementação de mais cursos de atualização e capacitação para os professores. Em 2010, a Secretaria de Educação estará desenvolvendo esse trabalho", completa Maria Lúcia.
Histórico - Para alguns estudiosos, a instrução de adultos no Brasil começou com a atuação dos padres jesuítas. Contudo, ao logo de vários séculos, não houve uma sistematização do ensino no Brasil. Porém, o reconhecimento oficial do Estado da necessidade de oferecer educação para quem não teve acesso à educação regular surgiu somente em 1945. Com a aprovação do Decreto nº19.513, de 25 de agosto deste ano, a Educação de Adultos torna-se oficial. Desde então, vários foram os programas para escolarização de adultos. Alguns se tornaram famosos, como a Campanha de Educação de Adolescentes e Adultos (1947); o Movimento de Educação de Base, sistema rádio educativo criado na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil com o apoio do Governo Federal (1961); além dos Centros Populares de Cultura (1963), Movimento de Cultura Popular e a campanha "De pé no chão também se aprende a ler". Em muitas destas iniciativas destaca-se a influência do pensamento e dos métodos de alfabetização criados por Paulo Freire, que acabaram tornando-se referência mundial.
Entretanto, em 1967, o Governo Federal criou o Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral) que, a partir de 1985, passou a se chamar Fundação Educar. Criada em 1971, a LDB 5.692/71 contemplava o caráter supletivo da EJA, excluindo as demais modalidades. Por fim, com a LDB nº 9394/96, art.37 e art.38, o poder público passa a contemplar as várias modalidades de educação de jovens e adultos e uma melhor adequação as novas exigências sociais. Dedicado a esta modalidade, o capítulo 7 da LDB defende o uso de didática apropriada às características dos alunos, condições de vida e trabalho, incentivando a aplicação de projetos especiais.








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