09 dezembro 2009

O debate da EAD

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Data: 09/12/2009
Título: O debate da EAD
Veículo: Joinville SC
Autor:

A educação a distância (EaD) vem chegando a passos largos nestes últimos anos. O conceito de que a sala de aula compreende um quadro-negro, verde, branco, ou até mesmo uma lousa digital, como se vê neste início de terceiro milênio, começa a se transformar. O paradigma da sala de aula está mudando. Hoje, o professor não necessariamente está à frente dos seus alunos; ele pode estar distante geograficamente centenas de quilômetros e, ao mesmo tempo, estar presente.

Para a grande maioria da população, este tipo de educação é novo, porém já existe há certo tempo.

A primeira menção que se conhece foi em 1728, em Boston, nos Estados Unidos, onde um anúncio oferecia “material para ensino e tutoria por correspondência”. Começou a tomar força no Canadá, Espanha, Alemanha e desde então sua prática vem se disseminando gradativamente pelo mundo, ganhando mais e mais adeptos.

Aqui no Brasil, sua criação se deu com o “serviço de radiodifusão educativa do Ministério da Educação”, mais de cem anos após seu lançamento nos EUA, em 1937, numa parceria com a CNBB. Tinha como objetivos bem definidos promover e orientar a educação. Na década de 1960, surge o famoso Instituto Universal Brasileiro, com seus cursos de corte e costura, eletrônica, fotografia, datilografia etc. Nesta época também surge o famoso Telecurso 2º Grau, da Rede Globo, incentivado pelo jornalista Roberto Marinho, objetivando levar educação de qualidade aos brasileiros por meio da televisão. Hoje em dia, ele se chama Telecurso 2000 e é apresentado na forma de vídeoaulas, apostiladas, direcionadas aos ensinos fundamental e médio. Poderiam ser enumeradas centenas de perguntas a respeito da EaD, porém vamos centrar nestas: qual o seu nível de aprendizado? Quem é o aluno a distância? A educação presencial irá acabar? E o futuro da educação?

Por ser um método “novo”, a quebra deste paradigma assusta muitos profissionais, inclusive da própria educação. Muitos afirmam que o nível de educação é baixo e que nada se aprende; ledo engano. A vontade de aprender vem de dentro do indivíduo. Ninguém aprende porque o outro quer lhe ensinar; aprendemos quando queremos e, sobretudo, quando acontece a mudança no nosso comportamento. O aluno a distância é aquele focado no seu aprendizado e que busca a informação que lhe interessa. Muitas vezes, o aluno presencial está mais distante do foco do ensino do que aquele a distância. Por ironia, também, existem aqueles profissionais, da própria educação a distância, que também duvidam dela. Chegam a perguntar se realmente se aprende. Claro que sim, e muito; especialmente porque a leitura e a produção escrita são condições básicas. Claro que existem casos e casos.

A educação presencial jamais irá acabar, assim como o rádio não acabou com a chegada da televisão, e a televisão, com a chegada da internet. Ela sempre existiu e sempre existirá. O que irá acontecer, e já acontece em certas instituições, é a mesclagem das duas. Haverá disciplinas em que o aluno irá buscar seu próprio conhecimento, geograficamente longe do professor, e outras em que o aluno estará junto com o mestre, preferencialmente discutindo e buscando o conhecimento necessário para o seu desenvolvimento. Ou seja, o binômio teoria-prática sempre existirá. O contato do ser humano é essencial para o seu progresso, assim como o silêncio e a concentração também. Quanto ao futuro da educação, é fácil prever: se hoje a internet contribui de forma maciça ao aprendizado, com sites, links, bibliotecas virtuais, através da tela do monitor, no futuro o professor virtual estará na nossa casa – literalmente; assim também como os colegas de sala – holograficamente. Eles estarão nas nossas casas tão vivos quanto os colegas e professores presenciais. São os novos tempos. Devemos nos adaptar a eles e buscar o que de melhor cada sistema pode oferecer.

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