Tecnologia aplicada ao ensino a distância

Data: 19/07/2009
Título: Tecnologia aplicada ao ensino a distância
Veículo: Nota 10 notícias diárias de educação
Autor: Ernani Pimentel

Recentemente, tenho surpreendido os alunos, quando os aconselho, na minha própria sala de aula, a optarem por assistir às mesmas aulas na internet. A maioria, no início estranha, depois assiste, em seguida passa a preferir a nova tecnologia.
Conversando com alguns deles, avaliando outras opiniões emitidas online, posso enumerar algumas vantagens:

1. Fator leitura prévia e provocação da curiosidade: no computador, o aluno primeiro lê a aula-texto e tem sua curiosidade desperta para um ou outro ponto, que o faz, em seguida, assistir atentamente à exposição do professor. Nas aulas presenciais coletivas, dificilmente se consegue que o estudante tenha o texto lido antes da exposição do mestre.
2. Fator predisposição psicológica: há dias, há horários em que o estudante não se sente capaz psicologicamente de se concentrar no assunto ou na fala do professor. Se ele está matriculado numa turma presencial, a aula só lhe está disponível naquele momento e seu aproveitamento se prejudica. Se ele está matriculado online, as aulas lhe estão acessíveis em qualquer outro dia ou horário, para seu melhor aprendizado.
3. Fator engenharia didática: na internet, a exposição do professor é mais clara, porque, quando confusa, só vai ao ar depois de regravada; a imagem do professor fica mais próxima do aluno; a voz do mestre se regula ao ouvido do discípulo; a imagem do quadro é mais nítida; as letras mostram-se sensivelmente mais legíveis; a organização prévia do quadro faz uso de toda uma engenharia didática que planeja o tipo de letra, as cores, a distribuição espacial, os flashes, os focos, os splashes, os negritos e muitos outros recursos fáticos. Nas aulas em sala, por melhores que sejam o ambiente e o professor, o aluno está sujeito ao improviso e a posicionar-se apenas nas carteiras que estiverem vagas, mesmo que o ângulo de visão e as conversas dos vizinhos o prejudiquem.
4. Fator exclusividade da exposição: o estudante tem a sensação de que o mestre está falando só para ele e não tem vergonha de fazê-lo repetir a aula inteira, ou um trecho dela, se preciso, infinitas vezes, até entender muito bem e sentir-se confortável. Na sala de aula, a timidez ou a vergonha em relação a terceiros, inibem ou limitam o levantamento e esclarecimento de dúvidas.
5. Fator fixação: no online, após a videoaula (exposição feita pelo professor no quadro), cada aprendiz é levado a responder a uma bateria de exercícios, tendo suas respostas avaliadas e corrigidas instantaneamente, o que, no ensino presencial tem sido, ao longo dos anos, praticamente impossível.
6. Fator atendimento realmente individual: ao final de tudo, se uma dúvida persiste, ou desperta... o estudioso, no ambiente de aula físico, para saná-la, dependerá de várias circunstâncias: procurar o professor em um outro dia; encontrá-lo disponível psicologicamente para responder; na hora certa, lembrar-se de perguntar. O “alunauta” (mistura de aluno e internauta) clica no botão tutoria e lhe aparece um cartão para escrever a dúvida. Nesse cartão há um pequeno banner intitulado perguntas já respondidas, onde ele clica e, em 99% dos casos, encontra sua dúvida, já respondida. Caso contrário, relata-a e o professor lhe dá resposta individualmente.
7. Fator otimização do tempo: um dos enormes problemas atuais na educação em sala de aula é, sem dúvida, o desrespeito ao tempo do aluno, e os “alunautas” expressam, no site, suas opiniões favoráveis aos cursos pelo computador, com frases como “aqui o professor não atrasa, não sai mais cedo, não perde tempo para encher o quadro, não divaga, não esquece um ponto, não responde a perguntas de retardatários, perguntas essas cujas respostas já haviam sido entendidas pela turma, não há troca ou substituição de professores, não existem aulas vagas, não acontecem avisos cortando o raciocínio, não há conversas paralelas, arrastar de carteiras, tosses, queda de objetos etc. interrompendo a atenção.”
8. Fator aproveitamento: somando-se aos itens anteriores, o tempo gasto para o aluno comum ir de casa ou do trabalho para a sala de aula, e daí novamente voltar, é convertido pelo internauta em tempo efetivo de aula, o que lhe propicia um aproveitamento seis vezes mais rápido, ou seja, a maioria dos meus alunos online aprendem em uma semana o que normalmente é dado em seis nas salas de aula. Isso mesmo. A proporção é de um para seis.
Para concluir, o aluno dos cursos presenciais despende uma boa importância com ônibus ou carro e estacionamento, além do necessário lanche, normalmente mais caro e menos nutritivo que a alimentação em sua casa. Ademais dessa economia, normalmente a mensalidade do webcurso é mais barata, fato que contribui para que a nova modalidade seja responsável pela mais vantajosa relação custo-benefício educacional de todos os tempos. Não acredita? Assista a um curso meu no www.vestcon.com.br