03 julho 2008

O erro da avaliação presencial

Data: 03/07/2008
Título: O erro da avaliação presencial
Veículo: Educação Em Foco Extra
Autor: João Roberto Moreira Alves

Entramos agora num dos pontos mais polêmicos sobre a educação a distância: a avaliação. Inúmeros são os estudos científicos sobre avaliação, e diversas linhas são fortemente defendidas pelos mais renomados autores.
Particularmente, temos uma posição que contraria os que entendem que a verificação do conhecimento tem que ser “cara-a-cara”.
Com a evolução dos meios tecnológicos, é possível se encurtar distâncias, evitando que os alunos ou avaliadores se desloquem para os chamados “momentos presenciais”. A legislação sobre EAD, a nosso ver, nasceu ultrapassada.
Acreditamos que é possível se ensinar a distância, mas insistimos em negar esse crédulo em se tratando de avaliação. Hoje é possível, na medicina, fazer-se uma avaliação diagnóstica pela internet e até mesmo se operar um paciente.
No âmbito judicial, os juízes fazem teleaudiências e, sem o deslocamento de presos, os absolvem ou condenam a longas penas. Mas, na educação, tem sido diferente.
Os estudantes têm que viajar ou as escolas precisam enviar os avaliadores (ou trabalhos) para a aferição de conhecimentos adquiridos ao longo do curso.
Nosso posicionamento favorável a uma liberdade dos projetos pedagógicos vem de uma experiência bem vivida pelo Instituto de Pesquisas Avançadas em Educação, entidade da qual participamos há mais de 30 anos. Em nossa entidade, a avaliação foi sempre feita a distância e por isso somos penalizados pela burocracia governamental que impede o credenciamento pelo Ministério da Educação para os nossos cursos de especialização profissional para graduados em ensino superior. Por questões legais, não os chamamos de pós-graduação lato sensu, embora tenham as mesmas características.
Nos três programas existentes (Direito Educacional, Administração da Educação e Administração de Programas de Educação a Distância), todos feitos por EAD, a avaliação é feita a distância. Os resultados são extraordinariamente positivos e permitem a liberdade da equipe e dos alunos nesse setor.
Os mecanismos modernos da teleducação irão fazer com que o conceito de presença mude. Iremos ter, com absoluta certeza, uma mudança da definição de presença, passando de física para virtual.
Através de uma simples câmara eletrônica, é possível se existir um “cara-a-cara eletrônico”. Essa tese será muito combatida por diversos segmentos.
Não acreditar na avaliação a distância é relegar a EAD.
Aliás, em todo o processo de mudança, há sempre quatro grupos: o primeiro, dos “críticos”, que procuram de lupa os possíveis erros para difundi-los e afirmar que isso não dará certo; o segundo, das “vítimas”, que se sentem ameaçados pela perda do seu espaço. Os dois representam, somados, 20%. Há um terceiro grupo que, em média, corresponde a 70%. São “os indecisos”, conhecidos também como “em cima do muro” ou “atrás da moita”, que ficam espreitando para depois se posicionarem, para frente ou para trás. Por fim há os “navegadores”, que não ultrapassam 10% e são constituídos por elementos que fazem as coisas acontecer e trazem para segmento os indecisos.
Dizem os especialistas nessa análise que não vale muito a pena se perder tempo com os críticos e vítimas. O exercício de convencimento será muito desgastante e quase sempre não traz bons resultados práticos, muito embora deva ser tentado.
Estamos agrupando navegadores que possam fazer as mudanças.
Na vida existem dois futuros: um do destino, onde se acredita que as coisas acontecem por um curso natural. Outro o do desejo, que é fruto de nossa vontade.
Que possamos integrar esse último e mudar um sistema que há séculos funcionou enquanto não existiam mecanismos da virtualidade.

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