17 julho 2006

Mesa Redonda: perspectivas da EAD no Brasil

Data: 17/07/2006
Título: Mesa Redonda: perspectivas da EAD no Brasil
Veículo: Portal Universia
Autor: Desconhecido

Palestrantes debatem o cenário do Ensino a Distância

Ao contrário do que ocorrem em seminários de EAD que em geral falam de temas específicos para quem já atua na área -, esta mesa redonda foi ampla e muito didática. Uma aula para leigos.

Em comum no discurso dos três palestrantes - Fernando Espanhol, da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), Celso José da Costa, da UFF (Universidade Federal Fluminense) e Frederic Litto, da Abed (Associação Brasileira de Educação a Distância) foi o destaque para a Educação a Distância como sendo de extrema importância para a difusão do conhecimento e do Ensino Superior de qualidade no interior do país, com os pólos (unidades operativas) das IES das capitais montados nas cidades pequenas.

"A EAD permite que se percorra o caminho inverso do que percorri. Nasci no interior do Paraná e fui migrando para grandes centros a procura de uma boa formação. Agora estou levando a Educação Superior de qualidade para o interior", contou Celso, da UFF, uma das universidades que faz parte do Cederj, um consórcio criado em 2000 entre seis universidades públicas cariocas e considerado um case de sucesso em EAD por ter levado para o interior do estado do Rio de Janeiro o desenvolvimento regional, por meio do Ensino Superior de Qualidade.
Segundo o coordenador do LED (Laboratório de Ensino a Distância) da UFSC, Fernando José Espanhol, a SESU (Secretaria de Ensino Superior) atualmente está avaliando as condições de oferecimento de pólos associados a 93 universidades credenciadas. "E a tendência das IES é começar a se credenciar para ter atuação internacional, não mais só regional", afirmou. Já há três pedidos na SESU para cursos nas áreas de Ciências Contábeis, Pedagogia, Administração para pólos internacionais no Japão e nos Estados Unidos.
Para serem autorizados, os pólos têm de apresentar estrutura física e de apoio (material, biblioteca, formato de tutoria, perfil acadêmico, responsabilidades do tutor local, apoio da sede).
É crescente também o número de pedidos de credenciamento de IES para oferecer cursos a distância. De 1998-ano de regulamentação da LDB (Lei de Diretrizes e Bases) que tirou a EAD da clandestinidade até 2000, a SESU recebia penas um pedido por ano. Já em 2005, recebeu 29 pedidos. Atualmente, 50% das IES que solicitam credenciamento são Universidades, 5% Centros Universitários e 45% IES isoladas. Dessas, 46% é particular e 14% estadual.
No ano passado, de todos esses pedidos, 82 foram para graduação, 34 para lato sensu e 56 para autorização experimental. E a tendência, para Espanhol, é que no futuro IES isoladas queiram se associar a IES credenciadas.
"A tendência da EAD é só crescer mais porque a sociedade do conhecimento em que nós estamos exige que qualquer pessoa economicamente ativa se atualize constantemente. E o mercado nesta área é ilimitado. Para as IES que promovem EAD, quanto mais alunos melhor, já que fica ainda mais barato investir em sua produção", disse Litto, que citou um novo movimento que começou com o intuito de aumentar o número de alunos de EAD o Open Education Resources, no Brasil conhecido côo Movimento de Conteúdo Aberto.
"Estamos em um mundo de abundância ao contrário do passado, que vivemos uma época de escassez. A idéia de conhecimento geral distribuído gratuitamente é maravilhosa. Quanto mais acesso gratuito, acesso total, mais a sociedade vai elevar a sua qualidade. Quanto mais divulgarmos os conteúdos dos cursos a distância abertamente, mais alunos atrairemos", disse.
A Fapesp já tem algo neste sentido, o projeto TIDIA (Tecnologia de Informação para Internet Avançada), que promove cursos, minicursos, não-cursos (consiste em promover a entrada numa realidade virtual como o fundo do mar ou o interior de uma caverna, além de ensinar a controlar equipamentos científicos sofisticados, por exemplo) e repositórios de conhecimento.

Mitos e verdades sobre EAD, segundo Espanhol
• Montar curso a distância não é mais barato, é mais caro do que um curso presencial, pois exige investimento em tecnologia e formação dos professores.

• Alguns professores vão, sim, perder o emprego com o crescimento da Educação a Distância, mas só os que tiverem medo da tecnologia e resistência a aprender novas práticas e metodologias.

• Surgirá novos empregos em outras áreas, como Design e Programação.

• O diploma de um curso de EAD tem o mesmo valor de um curso presencial. Até porque, não há um espaço no diploma que descreva o curso como presencial ou a distância.

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